A maioria dos nossos textos Teatrais são adaptações de obras de autores famosos.
Adaptação do conto: A cartomante de Machado de Assis
Personagens:
Narrador
Rita (esposa)
Vilela (marido)
Camilo (amante)
Cartomante
Música de fundo: elephant.
Rita: há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia.
Camilo:Rindo diz- você foi consultar uma cartomante?
Rita: Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade...
Camilo: Errou! rindo.( ar irônico)
Rita: Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria...
Camilo: pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. - Rita eu lhe quero muito, os seus sustos parecem de criança; em todo o caso, quando tiver algum receio, a melhor cartomante sou eu mesmo. Onde é a casa?
Rita: Aqui perto, na rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca.
Camilo: riu outra vez: Tu crês deveras nessas coisas?
Rita:Se você não acredita, paciência; mas o certo é que a cartomante adivinhou tudo.
(tranqüila e satisfeita.)
Narrador: ia falar, mas reprimiu-se,lembrou-se das várias crendices de sua mãe. Contentou-se em levantar os ombros, e foi andando.
(Separaram-se contentes,) Rita passou na rua olhando para a casa da cartomante.
Nessa hora eles saem de cena, cada um para um lado e entra o narrador.
Narrador:Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou VIlela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta.
(Rita e Vilela dão uma voltinha ao som da Música: talking to the moon - bruno mars)
Narrador: abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. e foi a bordo receber Camilo que havia arranjado casa para os lados de Botafogo.
Rita: É o senhor? estendendo-lhe a mão. Não imagina como meu marido é seu amigo; falava sempre do senhor.
Narrador: Camilo e Vilela olharam-se com ternura.
Camilo: Meu amigo, quanto tempo.
Vilela: Vamos a minha casa, tomar um vinho.
Camilo chega, senta-se a mesa.
Vilela: Rita, serve o Camilo.
Narrador: Uniram-se os três. Convivência trouxe intimidade.
Camilo: O vinho está ótimo mas eu preciso ir.
Vilela insiste, mas Camilo vai embora. Rita Leva Camilo até a Porta.
Narrador: Como daí chegaram ao amor, não o soube ele nunca.
Música de fundo.
Narrador: Alguns dias depois Camilo volta a casa de Vilela.
Vilela: Camilo meu amigo, pena não ter tempo para prosiarmos, mas Rita está em casa e te fará companhia.
Narrador: A verdade é que Camilo gostava de passar as horas ao lado dela;
Rita: (Rita sentada com alguns livros na mão) Camilo, conheces esse livro de Machado de Assis? Chama-se Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Camilo: Não, não conheço.
Rita: este outro é um conto A Cartomante..
(Vilela bate a porta, meio que avisando que chegou)
Rita: Vilela, porque chegara tão cedo?
Vilela: é que descobri que hoje é aniversário de Camilo.
Narrador: Um dia, fazendo ele anos, recebeu de Vilela uma rica bengala de presente, e de Rita apenas um cartão com um vulgar cumprimento a lápis.
Camilo: Obrigado, não precisava se incomodar.
Narrador: quis sinceramente fugir mas já não pôde.
Camilo: Meu Deus eu não posso fazer isso com Vilela, ele é tão meu amigo, sempre me apoiou, ah amigo que nada. Adeus, escrúpulos!
musiquinha de fundo. Camilo vai ao encontro de Rita.
Camilo: -Rita recebi uma carta anônima. Estou tão preocupado! ABRIRA A CARTA. imoral e pérfido, a aventura é sabida de todos.
Rita: Meu Deus, eu também tenho recebido cartas anonimas.
Camilo: Estou com medo, vou rarear as visitas à casa de Vilela.
Narrador: Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante.
Rita: Meu Deus o que vou fazer? Será que conto tudo a Vilela? Não posso! Alguém da platéia sabe que eu devo fazer? Eu estou desesperada! Nossa uma cartomante.
Cartomante: sente-se. (suspense) A senhora gosta de uma pessoa.
Rita: sim
Cartomante: vejamos o que as cartas dizem à senhora.
As cartas dizem-me que ele o ama muito, a senhora tem medo que ele lhe esqueça, mas isso não acontecerá.
Rita: obrigada.
Narrador: Vimos que a cartomante restituiu-lhe a confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou três cartas anônimas, tão apaixonadas, que não podiam ser advertência da virtude, mas despeito de algum pretendente;
Rita: fui a uma cartomante.
Camilo: Você foi a uma cartomante?
Rita: Pois saiba que foi e que ela adivinhou o motivo da minha consulta antes mesmo que eu lhe dissesse.
Rita: Camilo, eu acho que tu deverias voltar a visitar nossa casa.
Camilo: Rita, aparecer depois de tantos meses é confirmar a suspeita ou denúncia.
Vilela: Meu amigo andas ausentes, o que houve?
Camilo: o motivo uma paixão frívola de rapaz.
Narrador: Decidiram então se afastar totalmente, combinaram que só se corresponderiam por cartas.(suspense)
Certa vez, Camilo recebeu um bilhete de Vilela.
Camilo: Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, .
Narrador: Camilo acho muito estranho o fato de Vilela o ter chamado à casa, quando o mais normal seria ao escritório.
Camilo: Quanto antes, melhor, pensou ele; não posso estar assim...
Narrador: O tempo voava. Quase no fim da rua da Guarda Velha. Reparou que ao lado, à esquerda, ficava a casa da cartomante, a quem Rita consultara uma vez, e nunca ele desejou tanto crer na lição das cartas.
Narrador: Rapidamente pensou, pensou, tentou voltar mais a curiosidade o corroia, tomou coragem e entrou.
Cartomante: sente-se rapaz. (pegar baralho, e colocar três cartas pra ele).
Cartomante: Vejamos primeiro o que é que o traz aqui. O está muito assustado...
Camilo: calança a cabeça (sim).
Cartomante: E quer saber, se lhe acontecerá alguma coisa ou não...
Camilo: A mim e a ela, explicou vivamente ele.
Cartomante: fique calmo. (corta outra vez o baralho)
Cartomante: As cartas dizem-me...
Cartomante: Meu rapaz, não tenha medo de nada. Nada de ruim vai acontecer a você e nem a ela. Vocês tem um grande amor, e este amor superará todos os obstáculos. vá em paz.
Camilo: A senhora restituiu-me a paz ao espírito, disse ele estendendo a mão por cima da mesa e apertando a da cartomante.
Cartomante: Vá, disse ela; vá, ragazzo innamorato... (com o dedo indicador apertar a testa de Camilo, logo depois pegar uvas e começar a comer).
Narrador: Camilo ansioso para ir ao encontro de Vilela, não sabia como pagar.
Camilo: Passas custam dinheiro, disse ele afinal, tirando a carteira. Quantas quer mandar buscar?
Cartomante: Pergunte ao seu coração, respondeu ela.
(Logo após Camilo tira da carteira uma boa quantia e paga a cartomante)
Cartomante: Vejo bem que o senhor gosta muito dela... E faz bem; ela gosta muito do senhor. Vá, vá tranqüilo. Olhe o caminho, é escuro; ponha o chapéu...
Narrador: Tudo lhe parecia agora melhor, as outras cousas traziam outro aspecto.
Camilo: Cheguei a pensar que Vilela tinha descuberto tudo, como eu sou tolo. (risos) Vilela deve estar precisando da minha ajuda para resolver algum négocio da repartição.
Narrador: Preciso me apressar, repetia ele.
Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Encontrou a porta aberta e um grande silêncio.
Eis que aparecu-lhe Vilela, com feições frias e decompostas.
(música de suspense)
Camilo: Desculpa, não pude vir mais cedo; que há?
Vilela: fica em silêncio. (Camilo vê Rita morta no chão)
Camilo: Rita, o que aconteceu com você Rita. Fala comigo Rita.
Vilela: eu fiz o que você pediu que eu fizesse. Eu te tratei como um irmão e você me traiu, imoral e pérfido à aventura é sabida por mim. Traíra melancólico.
(Com dois tiros Vilela mata Camilo.)
Música do final: Brasil mostra sua cara.
7 comentários:
Gostei dessa adaptação , preciso da adaptação do livro
Luciola, podes me ajudar.....ou me dizer como faço pra encontrar , obrigada
a musica "elephant", quem canta?
Creio eu que seja esta https://www.youtube.com/watch?v=SWSz_PAfgNc , Elephant Gun - Beirut.
Amei! 👏👏👏
Amei essa história
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Adorei . Estou trabalhando com meus alunos .
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